terça-feira, 2 de junho de 2009

Octavio Paz


Em 2003 encontrei em um sebo de São Carlos, SP, o livro de Octavio Paz. O labirinto da solidão. Editora Paz e Terra. Uma edição de 1976.


Um trecho do livro:
Ao iniciar minha vida nos Estados Unidos, residi algum tempo em Los Angeles, cidade habitada por mais de um milhão de pessoas de origem mexicana. À primeira vista, o que supreende o viajante - além da pureza do céu e da feiúra das construções suntuosas e dispersas - é a atmosfera vagamente mexicana da cidade, impossível apreender com palavras ou conceitos. Esta mexicanidade - gosto pelos adornos, descuido e fausto, negligência, paixão e reserva - flutua no ar. E digo flutua porque não se mistura nem se funde com o outro mundo, o mundo norte-americano, feito de precisão e eficácia. Flutua, mas não se opõe; balança, embalada pelo vento, às vezes desgarrada como uma nuvem, outras vezes erguida como um foguete que sobe. Arrasta-se, dobra-se, expande-se, contrai-se, dorme ou sonha, formosura esfarrada. Flutua: não acaba de ser, nem acaba de desaparecer.

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