Em 1995 encontrei um livro de uma editora desconhecida (espaço e tempo, do Rio de Janeiro). Título: O espelho índio. Os jesuitas e a destruição da alma indígena. Autor? Roberto Gambini. De 1988. Sei que foi reeditado e está com mais ilustrações e mais páginas.
O livro descreve a história de José de Anchieta e Manoel da Nóbrega no Brasil de 1500 no meio de índios brasileiros. Descreve a incompreensão dos jesuítas ao modo de ser indígena. Fala de 1549 quando vieram jovens dois padres com uma "atitude espiritual, uma clara noção de dever e responsabilidade um forte comprometimento com um programa de ação, regras precisas e uma prática religiosa estabelecida" (p. 96).
O que encontram no Brasil? Adultos que brincavam (lembram-se de Shiller? "O homem só é verdadeiramente homem quando brinca")...
Eis um trecho do livro (p. 129):
O animal repudiado está também por trás da incapacidade de apreciar e compreender a alegria de viver do índio ao brincar, cantar, dançar e beber. Não seria nem preciso penetrar no significado ritual de tais práticas, bastaria aceitá-las pelo que são - mas isso só consegue quem de alguma forma lhes conhece o gosto. Quem já não sabe brincar não admite brincadeira alguma.
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